Tenho, por repetidas vezes, mencionado (quer em publicações no Linkedin, quer em reuniões internas e principalmente em conversas com clientes) a importância de as empresas terem uma estratégia bem identificada sobre a sua adoção de serviços “Cloud”, e achei muito interessante estas 2 notícias, publicadas na revista da IT Channel:

• Mercado global de serviços cloud sofre abrandamento, mas cresce 16%;
• Maioria das organizações está preocupada com configuração incorreta da cloud.

O primeiro artigo refere-se basicamente às 3 Clouds Públicas dominantes do mercado (Hyperscalers, como tipicamente são designadas), e é interessante que faça menção ao “abrandamento”, de 19%, quando comparamos os gastos das empresas com serviços de infraestrutura cloud nos 2 primeiros trimestres de 2023.

Um dos motivos mencionados no referido artigo refere a preocupação com custos e passo a citar “(…) a redução de custos é uma preocupação dos clientes, muito devido às incertezas macroeconómicas, e neste âmbito mantém-se focados em otimizar a utilização da cloud (..)”. Sabendo de experiência própria que esta é uma realidade presente no mercado, julgo também que haverá uma segunda razão (que não é tão visível ou tão verbalizada pelas empresas e pelos seus IT managers), que se relaciona com o segundo artigo que menciono acima e que basicamente incide na confiança que estas soluções de Cloud Publica oferecem. O artigo refere “(…) A crescente complexidade de compreender e proteger a superfície de ameaças da cloud tornou-se uma preocupação significativa para os líderes de TI, deixando as vulnerabilidades sem controlo. (…)”.

Correlacionando estes 2 artigos, podemos ter uma leitura de que as empresas continuam a desenvolver as suas estratégias de cloud, mas estão cada vez mais a promover soluções “Híbridas” ou até Privativas, uma vez que garantem um conjunto de funcionalidades e garantias (como por exemplo, backups de toda a informação, SLA’s de infraestruturas, conhecimento físico de onde estão alojados os servidores, entre outras), para além de conseguirem “auditar” in situ, toda a infraestrutura e poderem ter camadas de segurança (como XDR, EDR e MDR) dedicadas.

Estou convicto que este é o caminho para as organizações e que ao invés de escolherem soluções apenas por racionais financeiros imediatos, deveriam avaliar os custos a longo prazo das suas decisões.

Pedro Nunes
Diretor Comercial |Ar Telecom